segunda-feira, 28 de março de 2011

O Físico Goldemberg é contra construção de novas usina nucleares no país


Fisíco da USP diz que país deve procurar por fontes de energia limpa e desistir de projetos no Nordeste, Goldemberg é contra construção de mais usinas nucleares no Brasil.

O risco de uma tragédia nuclear no Japão chamou a atenção para os programas nucleares em todo o mundo. Para o físico da USP e Prêmio Planeta Azul, considerado o Nobel do meio ambiente, José Goldemberg, o Brasil tem de abandonar o projeto de expansão de usinas nucleares e buscar fontes de energia limpas.
O Brasil prevê a construção de outras quatro usinas no país. Como o senhor avalia isso?
O Brasil deveria procurar outras opções. O país é favorecido por ter essas outras alternativas facilmente. No Estado de São Paulo, por exemplo, o bagaço de cana está produzindo eletricidade. E a quantidade já está equivalente ao que é produzido em Angra dos Reis. Sem contar que isso pode expandir. A decisão que deve ser tomada agora é não expandir para o Nordeste, porque ao invés de solução, o Brasil comprará um problema para as próximas gerações.

Como o senhor avalia a questão do uso da energia nuclear pelo mundo?
Eu acredito que os países vão desenvolver outras opções para suprir essa necessidade. Porém, alguns deles vão ter dificuldades, como é o caso da França. Lá, quase 80% da eletricidade gerada é por meio de reatores nucleares. A outra opção é o gás, que eles importam da Rússia. Ou seja, esta é uma questão delicada, que precisa ser debatida seriamente por todos.

O que aconteceu no Japão?
Por causa do tsunami e do terremoto, o circuito de resfriamento do reator quebrou. Assim, a temperatura foi subindo e ele começou a fundir. A partir daí, ele começou a emitir uma quantidade enorme de substâncias radioativas.

O vazamento em Fukushima é mais grave do que o registrado em Chernobyl?
Ele só é mais leve porque em torno do urânio há uma cápsula de aço de proteção que contém boa parte da radioatividade. Em Chernobyl não tinha esse equipamento de segurança. A radioatividade foi toda pelos ares, o que resultou na morte de milhares de pessoas.


Segunda-feira, 28 de março de 2011 - 09h18 Última atualização, 28/03/2011 - 09h18

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